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A época natalícia era sempre vivida numa dualidade interna. Falo de dualidade porque o meu verdadeiro eu entrava em conflito com a minha parte aditiva. Hoje consigo perceber isso!
Se me transportar para o meu passado, nesta altura já me sentia ansioso pelo Natal, pois a minha parte aditiva já só via aquele momento em que se recebe prendas monetárias, pois isso fazia com que tivesse dinheiro para alimentar a minha adição.
Mas, ao mesmo tempo, uma frustração enorme porque o meu verdadeiro eu queria estar em família, a disfrutar daqueles momentos.
Também, são momentos de festejo onde as bebidas alcoólicas são muito frequentes, pela qual me sentia diferente, devido à minha condição de adito, e isso trazia uma frustração enorme e, como consequência, acabava por não conseguir disfrutar daquele dia em família.
Enquanto não consegui aceitar a minha condição de adito não parei de me achar diferente.
Podiam estar 10, 20, 30, até 100 pessoas à minha volta e, apenas uma a beber álcool, que o meu foco era aquela pessoa, comparando-me e questionando-me do porquê de não poder beber.
Hoje, consigo ver que entrava em dualidade pela minha dificuldade de receber Amor e mostrar a minha vulnerabilidade, levando-me a querer fugir daquele momento e ir usar qualquer tipo de droga.
Perguntam, fugir? Sim, fugir!
Hoje percebo que esta doença vai muito mais além do que usar qualquer substância alteradora do meu estado emocional e psicológico.
A realidade é que a adição é uma doença de sentimentos, com os quais eu tenho dificuldade em lidar. Logo, usar era a melhor forma para anestesiar todos esses sentimentos.
Atualmente, dou poder à minha essência permitindo-me dar e receber amor.
Onde antes era uma dualidade para mim, hoje é uma Gratidão poder disfrutar deste Amor que é transmitido, nesta época.
Falo em Amor porque, para mim, esta época, é isso mesmo!
Um momento de muito Amor vivido entre pessoas que se juntam a mim e que nem sempre tenho a possibilidade de estar.
Feliz Natal!
Texto escrito por um adito em recuperação.
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