Uma voz que vem de longe faz estremecer a noite escura, prometendo a aurora que anuncia a luz do Rei.
Pais-natal à parte – e como é confortável ter um pai natal em cada situação das nossas vidas que promete conforto e satisfação imediata – o Natal é a concretização de um anúncio. A promessa de que tudo pode mudar.
A expectativa de que este Natal será igual a tantos outros, derrota a ideia de que este pode ser o Natal em que tudo muda. Mudar para quê?
Celebramos o nascimento de Jesus – o que salva. Um Rei prometido a um povo, que o rejeitará. É fácil concordar com este povo, pois se pensamos em rei, pensamos em alguém poderoso, com carisma político, arrebatador, rico e inteligente, que mudará tudo à nossa volta em nosso benefício.
Este Deus, que não ama como os homens, escolhe enviar um Rei, pobre e vulnerável. Como mãe terá uma mulher pequena e frágil – Maria. José dará sua sombra, como pai. Homem velho, sofredor, de quem muitos dirão que a sua mulher lhe foi infiel.
Mudar? Este menino nasce num ambiente desprovido de humanidade, um estábulo, ou uma gruta. A perfeita alegoria para as nossas almas – escuras e sujas, cheias de ressentimentos, que dia-a-dia nos colocam na morte.
Mudar? Sim. Há no ar um anúncio de que um menino nascerá no íntimo de cada um e que nos ama como somos. Que mais do que mudar, nos transfigura para alguém novo. Até Maria ficou na dúvida, quando o anjo Gabriel lhe fez este mesmo anúncio, mas aceitou a sugestão de alguém que veio à sua vida.
Enchemos as ruas e as casas de luzes, na esperança, de que, um dia apareça nas nossas vidas, uma estrela verdadeira, que nos faça decidir a viagem para a coragem da mudança.
Mudar para longe da satisfação imediata, do conforto que nos aprisiona, da insanidade que compramos como normal.
Para isso baixemos as defesas e decidamos aceitar sugestões que nos levem a uma vida nova. Uma recuperação, que nos mantém longe da insanidade de morte, que nos convence que outra realidade é impossível.
Que se cumpra este anúncio na sua vida. Se precisar de ajuda, estamos aqui para si.
Vivamos O Natal.
Texto elaborado por um Adito em Recuperação.
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