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Nunca é fácil falar de drogas quando elas nos bateram à porta.
O tempo vai suavizando as memórias, mas quando o assunto vem à baile tudo volta como se tivesse sido ontem.
Um dia, que ainda recordo com um aperto no coração, tive o 1º sinal que “quis” ignorar. Os sinais continuaram, mas não tive coragem de os ouvir e a situação foi sempre piorando. Entrei numa engrenagem que transformou os meus dias, a minha maneira de estar e a minha maneira de não estar. Recorri a quem sabia do assunto para me ajudar, mas a minha cabeça e o meu coração de mãe não deixaram fazer as coisas certas.
Roubos quase diários, mentiras, noites mal dormidas passaram a ser a minha vida.
Entretanto o resto da família que tanto se tenta proteger, para não sofrer, passa para segundo plano.
A minha preocupação passou a ser a minha filha. Tentar evitar que de alguma maneira ela usasse drogas era o meu objectivo. A ignorância sobre o assunto leva-nos a ter estas ideias ingénuas.
Até que chegou o dia em que o cansaço era de tal maneira grande que não deu mais e já não houve coração de mãe a falar. A frase que lhe disse “para ir morrer longe” e de que ainda hoje fala, serviu para lhe mostrar que tinha opções importantes a fazer, e fez!
Depois de um caminho difícil com tratamentos e recaídas, conseguiu levantar-se e perceber que a vida tem muita coisa boa e não pode ser desperdiçada.
Aos pais, que de alguma maneira estão na fase em que tudo é negro, sejam firmes sem remorsos porque a maior parte das vezes é aí que está o começo de um caminho novo.
Temos que acreditar sempre que vai ser diferente até porque os nossos filhos nunca deixam de ser nossos filhos.
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