É comum as famílias de alcoólicos manifestarem problemas comportamentais e emocionais.
A violência, a negligência, a autoridade exercida através da força, o medo, as reações inesperadas e inexplicáveis de pessoas que num momento são responsáveis e carinhosas e que rapidamente passam a ser pessoas com comportamentos imprevisíveis, a precisar de cuidados, que acabam por causar medo ou mesmo repugnância, deixam marcas para a vida de um familiar, que nem sempre são saradas.
Negar o alcoolismo e sofrer as suas consequências.
A fase da negação é longa, e nela nem alcoólicos, nem familiares reconhecem o uso abusivo do álcool, e negam o alcoolismo como doença. A princípio a família percebe o uso de álcool como um fator de interação social, nega que os problemas enfrentados tenham ligação com o uso/abuso do álcool e vão procurando justificações para os conflitos existentes. Com o tempo, o abuso do álcool por parte do alcoólico, passa a provocar mudanças no ambiente familiar, e tanto a família como o próprio alcoólico, acabam por sofrer as consequências.
Há dificuldades em manter relações afetuosas devido às atitudes do alcoólico, os familiares convivem com discussões e agressões físicas e verbais, que levam à fragilização dos vínculos afetivos. O alcoólico passa a chegar bêbado a casa, tornando-se cada vez mais agressivo, as crianças por vezes assistem a estas dinâmicas, e a família passa a não aceitar as opiniões do familiar alcoólico (que referem muitas vezes que a família tem de aguentar esta fase), no entanto, vai perdendo o respeito dos seus familiares e da sociedade.
O alcoólico deixa de ser respeitado dentro de casa e assim, a família desestrutura.
O alcoolismo atinge tanto o alcoólico quanto a família, que acaba por reconhecer que toda a família adoece. Os comportamentos do alcoólico que os familiares procuram esconder passam a ser vivenciados em eventos sociais. Nesse contexto, a família vai se isolando socialmente, para evitar constrangimentos e sentimentos como vergonha, raiva e humilhação. Muitas pessoas acabam por acusar a família, não percebendo porque é que a família ainda permanece junto do alcoólico.
As consequências para o decorrer da vida do alcoólico podem ser as mais variadas possíveis.
Alguns alcoólicos tornam-se emocionalmente autónomos e até mesmo pouco afectuosos pela realidade da vida. Outros tornam-se dependentes em várias esferas da vida, como nos relacionamentos afetivos, e sentem um imenso vazio emocional. Há aqueles que se tornam vítimas do medo e da mágoa, por não compreenderem o que viveram e não conseguirem superar essas marcas.
Pode passar a haver uma enorme dificuldade em lidar com as emoções.
Essa instabilidade emocional, especialmente para uma família, é uma marca psicológica bastante agressiva, que pode gerar também comportamentos instáveis. Toda a instabilidade também gera culpa; a família não tem plena consciência de que o alcoolismo não é gerado por ela, e ouve muitas vezes da boca do alcoólico que este vai beber por sua culpa, e que a família é que está doente, e ele está completamente saudável.
Se conhece esta realidade de perto, saiba que há soluções. Nós estamos aqui para ajudar. De forma anónima e profissional. Até breve,
Dra. Isabel Pedro
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